Educação Escolar de
Pessoas com Surdez- AEE em Construção.
A educação escolar de alunos com surdez
apresenta-se cada vez mais desafiadora diante dos embates político e
epistemológico entre os gestualistas e oralistas. As discussões são
centralizadas na aceitação de uma língua ou de outra, com isso as pessoas com
surdez são excluídas ou desvalorizadas no seu potencial individual e coletivo.
O
foco da educação para pessoas com surdez deve estar voltado para quem age, quem
produz sentido e interage, como ser humano descentrado, uma visão além de sua
deficiência, em suas potencialidades, que a deficiência o possibilita e
potencializa o desenvolvimento dos processos neurossensorial-perceptivos.
Contudo se tornarão sujeitos capazes, produtivos e conhecedores de várias
linguagens para adquirir e desenvolver os processos visuais-gestuais, mas
também ler e escrever, e se for o caso, também falar. Diante desse aspecto
percebe-se o rompimento do paradigma da dicotomização entre oralistas e
gestualistas e encontra-se a tendência bilíngue com as suas especificidades em
Libras em Língua Portuguesa.
Diante
do exposto, legitimamos a abordagem bilíngue e aplicamos a obrigatoriedade dos
dispositivos legais do Decreto 5 626 de 5 de dezembro de 2005, que determina i
direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a
Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua
modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas
línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o
desenvolvimento de todo processo educativo. (Damázio e Ferreira, 2010).
A
qualidade das práticas pedagógicas tem sido o grande desafio no processo
educativo das pessoas com surdez, porque é necessário envolvê-las na comunidade
escolar, para que haja respeito à sua identidade, como um ser que possui uma
deficiência que provoca uma diferença e limitações.
Atendimento
Educacional Especializado para Pessoas com Surdez.
A
construção do Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez ocorre
através da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva que
disponibiliza serviços e recursos, visando a organização do trabalho
complementar para a classe comum para que o aluno com surdez se torne autônomo
e independente nas áreas social, afetivo, cognitiva e linguística com uma
educação bilíngue, o ensino de Libras e Língua Portuguesa.
O AEE realiza o intercâmbio
de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala
de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas
metodológicas, estratégias e recursos de ensino para que o ambiente seja um
lugar de aprender a aprender com interação do professor com o aluno com surdez
e com toda a sala de aula comum. A partir dessa interação adota-se a Pedagogia
Contextual Relacional que parte da formação do ser humano baseando-se em
contextos significativos, respeitando e valorizando o desenvolvimento dos
aspectos: vontade, inteligência, conhecimento e ideias sociais.
Cabe ao
professor do AEE buscar métodos, investigar e escolher os procedimentos e recursos
que abordam o bilinguismo, respeitando e valorizando o pensamento, as aptidões,
os interesses, as habilidades e os talentos humanos em seu cotidiano, o qual
está em constante transformação.
Bibliografia:
DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA,
Josimário de P. Atendimento
Educacional Especializado: Abordagem Bilíngue para Pessoas com Surdez.
Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. p. 09-22.
Libras: explorando as cores no AEE PS.
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