sábado, 15 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez- AEE em Construção.

A educação escolar de alunos com surdez apresenta-se cada vez mais desafiadora diante dos embates político e epistemológico entre os gestualistas e oralistas. As discussões são centralizadas na aceitação de uma língua ou de outra, com isso as pessoas com surdez são excluídas ou desvalorizadas no seu potencial individual e coletivo.
O foco da educação para pessoas com surdez deve estar voltado para quem age, quem produz sentido e interage, como ser humano descentrado, uma visão além de sua deficiência, em suas potencialidades, que a deficiência o possibilita e potencializa o desenvolvimento dos processos neurossensorial-perceptivos. Contudo se tornarão sujeitos capazes, produtivos e conhecedores de várias linguagens para adquirir e desenvolver os processos visuais-gestuais, mas também ler e escrever, e se for o caso, também falar. Diante desse aspecto percebe-se o rompimento do paradigma da dicotomização entre oralistas e gestualistas e encontra-se a tendência bilíngue com as suas especificidades em Libras em Língua Portuguesa.
Diante do exposto, legitimamos a abordagem bilíngue e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5 626 de 5 de dezembro de 2005, que determina i direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo processo educativo. (Damázio e Ferreira, 2010).
A qualidade das práticas pedagógicas tem sido o grande desafio no processo educativo das pessoas com surdez, porque é necessário envolvê-las na comunidade escolar, para que haja respeito à sua identidade, como um ser que possui uma deficiência que provoca uma diferença e limitações.

Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com Surdez.                                                      
A construção do Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez ocorre através da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva que disponibiliza serviços e recursos, visando a organização do trabalho complementar para a classe comum para que o aluno com surdez se torne autônomo e independente nas áreas social, afetivo, cognitiva e linguística com uma educação bilíngue, o ensino de Libras e Língua Portuguesa. 

O AEE realiza o intercâmbio de conhecimentos, teorias e práticas, tanto na sala de aula comum como na sala de recursos multifuncionais, mediando conhecimentos com novas práticas metodológicas, estratégias e recursos de ensino para que o ambiente seja um lugar de aprender a aprender com interação do professor com o aluno com surdez e com toda a sala de aula comum. A partir dessa interação adota-se a Pedagogia Contextual Relacional que parte da formação do ser humano baseando-se em contextos significativos, respeitando e valorizando o desenvolvimento dos aspectos: vontade, inteligência, conhecimento e ideias sociais. 

Cabe ao professor do AEE buscar métodos, investigar e escolher os procedimentos e recursos que abordam o bilinguismo, respeitando e valorizando o pensamento, as aptidões, os interesses, as habilidades e os talentos humanos em seu cotidiano, o qual está em constante transformação.

Bibliografia: DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário de P. Atendimento Educacional Especializado: Abordagem Bilíngue para Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. p. 09-22.  

                                                  Libras: explorando as cores no AEE PS.